terça-feira , 22 outubro 2024
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Bradesco (BBDC4) ignora aversão a risco e dispara após balanço: virada chegou?

Banco divulou resultados na manhã desta segunda-feira

O dia é de aversão a risco dos mercados, com o Ibovespa em queda, ainda que amenizando em relação à baixa de cerca de 2% na abertura. Uma das poucas exceções entre os destaques de alta do índice foi o Bradesco (BBDC3;BBDC4), com as ações disparando cerca de 8% após reportar um resultado na manhã de segunda-feira (5) que finalmente mostrou recuperação e ficou além das expectativas do mercado. Às 15h10 (horário de Brasília), BBDC3 saltava 7,68% (R$ 12,20), enquanto BBDC4 avançava 7,75% (R$ 13,63).

O movimento ocorre após o banco registrar um lucro líquido recorrente de R$ 4,7 bilhões no segundo trimestre, alta de 12% na comparação trimestral e 9% acima da expectativa do JPMorgan.

Segundo o banco americano, o resultado positivo foi impulsionado principalmente por menores provisões para perdas com empréstimos (PPD), ajudado por maiores recuperações de crédito e reversão de impairments (baixas contábeis).

Dado o cenário de expectativas e desafios dos trimestres anteriores, o JPMorgan disse ter uma visão predominantemente positiva deste trimestre, uma vez que o banco continua avançando em seu plano de otimização de custos, com mais de 400 agências e pontos de venda fechados e redução de pessoal, além da recuperação no crescimento de empréstimos e queda inadimplência.

Os analistas do JPMorgan também comentam que embora seja difícil comemorar um retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 12%, o Bradesco continua a apresentar melhorias graduais nos resultados, e para o atual Preço/Valor Patrimonial de 0,8 vez em que as ações são negociadas, consideram o risco versus retorno atraente, à medida que o ROE continua a convergir em direção ao custo de capital, e, portanto, esperam que as ações se valorizem.

Já a Ativa Investimentos comenta que o Bradesco reportou um bom resultado, acima das suas estimativas, puxado pelo seu negócio principal. “O trimestre foi marcado pela melhora no produto bancário, em que o Bradesco não só voltou a crescer mais consistentemente sua carteira, como o spread melhorou após consecutivos trimestres de queda, tudo isso enquanto a inadimplência reduziu em 0,5 p.p., atingindo a marca de 4,3%”m destaca a casa de análise.

Sendo assim, conforme a Ativa, com a necessidade de um menor provisionamento e volta da expansão do spread, a margem financeira líquida do banco foi o destaque positivo do trimestre, um importante indicativo para frente e que dá maior confiança no processo de recuperação de rentabilidade do banco.

A XP Investimentos avalia que os resultados foram positivos e acima das suas expectativas, com enfase para o crescimento da carteira de crédito e da NII (margem financeira) com clientes após 3 trimestres de queda. “Outro destaque importante foi a redução do Custo de Crédito, com melhora significativa de 29% na base anual.”

Apesar dos níveis ainda deprimidos, a XP acredita que o banco apresentou resultados consistentes apontam para uma trajetória positiva. Como resultado, o banco parece pronto para retomar o crescimento gradual com confiança.

Já o Goldman Sachs comenta que o lucro líquido superou suas expectativas com menores provisões e alguns sinais positivos.

Segundo o Goldman Sachs, o principal fator para o resultado acima do esperado foram as menores provisões, que caíram 7% no comparativo trimestral e ficaram 16% abaixo do previsto pelo banco, à medida que a qualidade dos ativos apresentou boas tendências, com o índice de inadimplência (NPL) caindo 60 pontos-base (bps) para 4,3%.

A margem financeira ficou ligeiramente abaixo da previsão do Goldman Sachs, principalmente devido à fraqueza na margem de mercado, enquanto a margem de clientes cresceu 5% no trimestre, com os empréstimos crescendo, particularmente para pequenas e médias empresas (PMEs). Por outro lado, as receitas de tarifas superaram razoavelmente as expectativas, compensando o desempenho mais fraco nos seguros, e as despesas ficaram alinhadas com o esperado.

O Morgan Stanley, por sua vez, aponta que o ROAE de 11,4%, ficou acima dos 10,7% previstos por seus analistas.

De acordo com o Morgan, a margem com clientes cresceu devido a fortes originações e mix de empréstimos. Por outro lado, a margem de mercado de R$ 325 milhões, queda de 48% na base trimestral, foi impactado pela mudança na curva de taxas e menores ganhos de trading.

O Itaú BBA também disse que o lucro do Bradesco veio 7% acima das suas previsões. Enquanto as receitas corresponderam às previsões, aumentando 5% no trimestre, as provisões de crédito caíram 7% no trimestre, levando ao resultado final.

Para o BBA, o desempenho operacional está avançando, conforme demonstrado por sua carteira de empréstimos 2,5% maior no trimestre e 5% maior margem com cliente. “A qualidade do crédito melhorou em 50 bps, liderada por PMEs, elevando ligeiramente os índices de cobertura para 170%”, destaca.

O JPMorgan mantém classificação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) com preço-alvo de R$ 18. Enquanto isso, o Goldman Sachs e o BBA reiteram recomendação neutra e preço-alvo de, respectivamente, R$ 14 e R$ 15,50.

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