O delegado da Polícia Civil, Leandro Piquet, tem se destacado por seu compromisso com a causa animal. Com vasta experiência em gestão pública e segurança, Piquet já atuou como presidente da Câmara Municipal de Vitória e exerceu cargos importantes no Executivo estadual. Atualmente, ele lidera o Núcleo de Bem-Estar Animal da Delegacia de Meio Ambiente, onde vem promovendo ações decisivas no combate aos maus-tratos.
Em entrevista recente o delegado abordou os avanços obtidos desde o início do trabalho no núcleo, no fim de janeiro. Segundo ele, o número de denúncias anônimas cresceu 10% nos quatro primeiros meses do ano, resultado da confiança da sociedade nas instituições. Com mais de 200 animais resgatados na Grande Vitória, as ações vêm contando com o apoio de ONGs, protetores independentes e órgãos públicos.
“A sociedade está compreendendo melhor o que é bem-estar animal. A polícia está avançando muito”, afirma Piquet, destacando também as operações conjuntas com a Polícia Militar, IBAMA, IEMA e secretarias municipais de meio ambiente.
Sobre a legislação atual, o delegado chama atenção para a disparidade nas penas de maus-tratos entre cães e gatos — cuja punição pode chegar a cinco anos de reclusão — e outras espécies, como aves e marsupiais, cujas penas não passam de um ano de detenção.
“Criticamos veementemente essa diferença”, pontua.
Diante de episódios recentes, como agressões a animais em Cariacica e São Mateus, Piquet reforça a importância da denúncia:
“A rede social não é canal oficial. As pessoas devem registrar boletim de ocorrência, fazer denúncias pelo 181 ou ligar para o 190 em flagrantes.”
Ele também alerta para a distinção entre maus-tratos (crime) e maus cuidados (situação passível de correção).
A conscientização sobre o bem-estar animal, segundo Piquet, é comparável à evolução da segurança no trânsito:
“Antes ninguém usava cinto, bebia e dirigia. Hoje temos outra compreensão. É isso que está acontecendo com os animais — estamos evoluindo.”
Um dos maiores desafios enfrentados pelo núcleo é legal: ao apreender animais em situação de maus-tratos, o Estado obtém a posse, mas não a propriedade, o que impossibilita a adoção formal até a conclusão do processo judicial — que pode levar até sete anos. Piquet defende mudanças que equiparem a legislação animal à de crimes como o tráfico de drogas, onde bens podem ser expropriados de imediato.
Para o futuro, ele vislumbra a criação de uma delegacia especializada e núcleos distribuídos pelo interior do Estado:
“Com participação ativa da sociedade e apoio das autoridades, conseguiremos mudar essa triste realidade.”
Ao encerrar a entrevista, Piquet agradeceu aos ouvintes e reforçou o convite à população:
“Entrem em contato com a polícia, denunciem, tirem dúvidas. Vamos juntos construir um Espírito Santo livre dos maus-tratos aos animais.”