Com a Câmara Municipal de Vitória lotada na manhã de sábado (12), o prefeito da capital, Lorenzo Pazolini (Republicanos), participou do evento “Anistia Já”, promovido por lideranças da direita capixaba. Durante discurso, ele defendeu a anistia aos que considera “presos políticos” e reforçou alinhamento com pautas conservadoras e cristãs.
“Temos que ter um compromisso contra a legalização das drogas, contra o aborto, contra tudo que destrói a família. O Espírito Santo é um estado que acredita na vida, na fé e nos valores cristãos e continuará assim”, afirmou o prefeito, sob aplausos do público presente.
Pazolini também citou o caso de Débora Rodrigues dos Santos, conhecida como “Débora do Batom”, condenada a 14 anos de prisão por envolvimento nos atos de vandalismo de 8 de janeiro em Brasília. “Eu defendo a pena justa. Não uma pena por passar batom na estátua. Caso que aconteceu em Brasília com a ‘Débora do Batom’ que foi condenada há 14 anos de prisão”, criticou.
O evento contou com a presença de diversos nomes do campo conservador, entre eles o deputado estadual Wellington Calegari (PL), o deputado federal Marcos Pollon (PL), conhecido pela atuação no movimento pró-armas, além dos vereadores Armandinho Fontoura (PL), Dárcio Bracarense (PL), Patrick da Guarda (PL), Luiz Emanuel (Republicanos), Davi Esmael (Republicanos), o presidente estadual do Republicanos Erick Musso e o ex-deputado federal Carlos Manato (PL). Representantes de movimentos de direita também marcaram presença.
O desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Sebastião Coelho, participou de forma remota com uma fala transmitida no telão do plenário.
Ele criticou o que classificou como abusos judiciais e defendeu a imediata anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. “Há um desequilíbrio entre os crimes e as penas impostas. O Brasil precisa reavaliar esse momento e garantir justiça”, disse.
Outro destaque do evento foi o discurso do vereador Armandinho Fontoura (PL), que relatou a experiência de ter sido preso e classificou o período como de “injustiça”. Segundo ele, a perda da liberdade e dos direitos civis foi compensada pela vitória eleitoral que alcançou ao conquistar uma das maiores votações da capital em 2024.
Em fevereiro deste ano, segundo levantamento do jornal O Globo, 30 dos 81 presos já condenados por envolvimento nos atos de 8 de janeiro haviam recebido penas superiores a 10 anos de prisão — inclusive pessoas envolvidas em ações como tentativa de invasão ao Congresso e depredações ao patrimônio público. O tema da anistia divide opiniões dentro do Congresso Nacional e segue como pauta sensível entre os poderes.